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O Dia dos Namorados

"Amar não é aceitar tudo. Aliás, quando tudo é aceito, desconfio que haja falta de amor." Wladimir Maiakovski

12/06/2018 15:41 | Atualização: 12/06/2018 16:08

Dad Squarisi

CB/D.A Press
Terça é Dia dos Namorados. Flores e presentes farão a festa. Lojas e restaurantes se preparam pra grande festa. Deuses, ninfas, serafins e mortais marcarão presença. Alguns curtirão a data no planeta Terra. Outros assistirão às homenagens de longe, lá do Olimpo. Um deles é Cupido, o responsável pelos encontros e desencontros do coração.


O deus do amor

Cupido é um menino que anda sempre armado. Mas tem armas muito especiais. De dia e de noite, segura o arco e a flecha. Em quem ele acerta? Na pessoa distraída.

Ninguém escapa. Ele põe venda nos olhos. Sem enxergar, não escolhe hora nem lugar. Menino, menina, adulto, adulta, idoso, idosa, todos correm perigo. Queiram ou não, podem levar uma flechada.

Às vezes, o garotinho arteiro atinge a pessoa enquanto ela dorme. Outras vezes, enquanto bate papo. Muitas vezes, enquanto estuda, anda na quadra, vai ao cinema, faz um lanchinho, admira uma vitrine.

O resultado é sempre o mesmo. Quem recebe a flechada fica caidinho de amor. Até quando dura a paixão? Eis o mistério. Vinicius, cobra criada, diz que o “o amor é infinito enquanto dura”. Millôr concorda: “Eterno no amor tem o mesmo sentido de permanente no cabelo”. Será?

Vocabulário amoroso

Amar, abraçar, beijar e namorar são verbetes do dicionário amoroso. Eles têm um denominador comum. Dispensam intermediários. Transitivos diretos, ligam-se ao complemento sem preposição: João ama Maria. Maria ama João. João a ama. Maria o ama. João abraça Maria. Maria abraça João. João a abraça. Maria o abraça. João beija Maria. Maria beija João. João a beija. Maria o beija.

E namorar? Antigamente namorava-se com um vigia. Era a vela. Vamos combinar? Namorar sem intermediários é pra lá de bom. Por isso, prefira a regência direta: João namora Maria. Maria namora João. João a namora. Maria o namora.

Francesinha

O casalzinho vai ao restaurante e pede um prato à la carte. Com acento grave? Pra lá de certo.

A expressão é francesa. Pede o grampinho.

Verbo em cartaz

Dia dos Namorados convoca o verbo presentear. Conjugá-lo como manda a gramática agrada como tomar café na cama, receber flores, ouvir elogio. Como frear, cear e passear, presentear perde o i no nós e vós dos dois presentes — do indicativo e do subjuntivo.

Veja: eu presenteio (freio, passeio, ceio), ele presenteia (freia, passeia, ceia), nós presenteamos (freamos, passeamos, ceamos), vós presenteais (freais, passeais, ceais), eles presenteiam (freiam, passeiam, ceiam); que eu presenteie (freie, passeie, ceie), ele presenteie (freie, passeie, ceie), nós presenteemos (freemos, passeemos ceemos), vós presenteeis (freeis, passeeis, ceeis), eles presenteiem (freiem, passeiem, ceiem).

Leitor pergunta

Tenho dúvida na concordância das duplinhas é bom, é proibido, é feio, é necessário, é preciso & cia. O adjetivo se flexiona ou fica imutável?
Clara Moura, BH

Pode ficar invariável ou flexionar-se. Depende do recado. O imutável tem vez quando se deseja fazer referência de modo vago e geral. No caso, o sujeito não vem acompanhado de artigo: É necessário paciência. É proibido entrada. É perigoso mudanças. Água é bom. Não é necessário inspetoras na escola. É bom toda cautela.

Quando o sujeito recebe determinação, cessa tudo que a musa antiga canta. A concordância entra na vala comum. Esta cerveja não é boa para a saúde. Aquelas pimentas são boas para a circulação. É necessária a paciência de Jó. É proibida a entrada.