Concurso, Portal Uai, Belo Horizonte, MG

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Residência no HUB: Hospital reserva mais de 100 vagas para profissionais de saúde

Selecionados trabalharão e estudarão na instituição 60 horas por semana, ganhando bolsas de R$ 3 mil. Taxas de inscrição variam de R$ 350 a R$ 500

16/01/2017 09:19 | Atualização: 17/01/2017 16:30

Bruna Andrade*

Arquivo Pessoal
Marco Antônio se prepara para a prova de residência há dois anos
Com taxas de inscrição nas alturas, a Fundação Universidade de Brasília (FUB) e o Hospital Universitário de Brasília (HUB) oferecem 112 vagas para programas de residência, 88 destinadas a médicos (que precisaram pagar R$ 500 para se inscrever) e 24 a outros trabalhadores da saúde (R$ 350). Na última seleção, aplicada em janeiro de 2016, o custo da inscrição para médicos foi de R$ 300. Questionada sobre o aumento na tarifa, a coordenadora da Unidade de Pós-graduação do HUB, Juliana França da Mata, disse que a quantia cobrada é similar à de outros concursos de residência. “Para a realização do certame, faz-se necessária a contratação de banca, especialistas de medicina e a elaboração de vários tipos de prova”, justifica. 

Médicos podem concorrer a duas modalidades de residência. A primeira é a de acesso direto, nas seguintes especializações: anestesiologia (3), cirurgia geral (5), clínica médica (8), dermatologia (3), infectologia (2), medicina de família e comunidade (3), obstetrícia e ginecologia (4), oftalmologia (2), otorrinolaringologia (2), medicina nuclear (2), patologia (2), pediatria (6), psiquiatria (2), radiologia e diagnóstico por imagem (5) e radioterapia (1).

A segunda é a de especialidades com exigência de pré-requisito (para pessoas que fizeram residência anteriormente) nas seguintes áreas: clínica médica (24), cirurgia geral (4), pediatria (4), cirurgia geral ou obstetrícia e ginecologia e nefrologia (2). As chances de residência multiprofissional são para três eixos: atenção básica — para graduados em enfermagem (2), farmácia (2), nutrição (2), odontologia (2) e saúde coletiva (4) —, atenção oncológica — enfermagem (2), fisioterapia (1), nutrição (2), odontologia (2), psicologia (2) serviço social (1) e terapia ocupacional (1) — e atenção cardiopulmonar — farmácia (2), fisioterapia (1), serviço social (1) e terapia ocupacional (1).

Os programas podem variar de dois a três anos de duração com carga horária de 60 horas semanais. A prova para candidatos à residência médica de acesso direto será composta por 120 itens sobre cirurgia geral, clínica médica, pediatria, obstetrícia / ginecologia e medicina social e preventiva. Interessados no programa de especialidades médicas com exigência de pré-requisito responderão 120 questões sobre a área específica em que fizeram residência anteriormente. Candidatos a vagas de residência multiprofissional responderão 120 itens sobre temas da área de graduação. A segunda fase do concurso é a avaliação de currículo que vale 50 pontos. Para os candidatos ao programa de residência médica em mastologia, será aplicada ainda uma prova objetiva composta de 60 itens de obstetrícia e ginecologia e 60 itens de cirurgia geral.

Médico pela Universidade Católica de Brasília (UCB) há seis meses, Marco Antônio Pereira da Silva, 28 anos, trabalha no Hospital Municipal de Formosa e se prepara para o concurso há dois anos. Ele se interessou pela residência do HUB pela qualidade da formação, vai concorrer a uma vaga para se especializar em radiologia e diagnóstico por imagem, fez um cursinho preparatório e, hoje, estuda sozinho com materiais didáticos e resolvendo questões. “Como eu gosto muito de clínica médica, vi na radiologia uma área mais investigativa em que atuar”, observa. “A taxa de inscrição foi muito cara. A gente não consegue entender por que o valor é tão alto, já que a prova não é prática”, diz.

Dicas para passar

João Paulo Giacomini Bernardes, 33 anos, médico especialista em radiologia, formado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), fez residência no Hospital das Clínicas da instituição por três anos na área de radiologia e mais dois anos de residência em radiologia intervencionista no Hospital Sírio-Libanês, em que trabalha atualmente. Segundo ele, o grande diferencial de passar por um programa de residência é que isso aumenta as possibilidades no mercado de trabalho. A dica do médico é que interessados “foquem os estudos nas áreas que foram menos aprofundadas durante a graduação e estudem bastante principalmente as áreas em que tiverem mais dificuldade, sem deixar de lado o aspecto humano da medicina”.

Ricardo Luiz de Melo Martins, coordenador do curso de medicina da Universidade de Brasília (UnB), observa que a prova para acesso direto abrange cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, medicina de família e comunidade e pediatria. “Para ser bem-sucedido, é preciso estudar bem esses conteúdos, sem negligenciar nenhum”, comenta. O conselho do professor é estudar por meio de livros usados ao longo da faculdade.

A coordenadora da Unidade de Pós-graduação do HUB, Juliana França da Mata, explica que a residência é necessária para que o profissional atue de fato como especialista em determinado ramo. Segundo ela, o programa do HUB é mais prático do que teórico. “O que de fato será cobrado na prova é o conhecimento acumulado nos últimos anos da faculdade: é importante confiar na sua capacidade e revisar o conteúdo do último ano do curso”, orienta.
 

Passe bem/Caso clínico

Julgue os itens de 1 a 3 com base na leitura do caso clínico:
Um paciente com 56 anos de idade procura o serviço de emergência informando apresentar intensa dor retroesternal em aperto faz duas horas. Estava assintomático até então. Apresenta histórico de sedentarismo e tabagismo de 20 maços-ano. O exame físico revela pressão arterial (PA) de 160 x 110 mm de Hg, frequência cardíaca (FC) de 110 bpm, frequência respiratória (FR) de 20 i
rpm com saturação em ar ambiente de 98%. A ausculta cardíaca mostra ritmo cardíaco regular em três tempos com a presença da quarta bulha. O restante do exame físico apresenta-se sem alterações.
1. Trata-se de uma dor torácica atípica visto ter sede em região retroesternal.
2. A PA e a FC encontradas são decorrentes da ativação do sistema nervoso simpático.
3. O paciente apresenta uma ausculta cardíaca classificada como galope de B4.

Comentário:
O caso clínico motivador apresenta um paciente com sintomas e sinais de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
1. Errado. Dor retroesternal em aperto que persiste por mais de 30 minutos pode ser classificada como dor torácica típica.
2. Certo. A ativação simpática no IAM desencadeia Hipertensão Arterial (HA) e taquicardia.
3. Certo. A presença da quarta bulha na vigência de taquicardia caracteriza o ritmo classificado como galope de quarta bulha.

Questão retirada da seleção para Programas de Residência Médica da Secretaria de Saúde e do HUB aplicada pelo Cebraspe em 2016, comentada por Ricardo Martins, coordenador do curso de medicina da UnB
 

O que diz o edital

Concursos para residências médica e multiprofissional no Hospital Universitário de Brasília 
Inscrições: finalizadas em 9 de janeiro; acesso o edital em www.cespe.unb.br
Taxa: R$ 500 (programas de residência médica) e R$ 350 (programas de residência multiprofissional)
Vagas: residência médica — acesso direto (50) e exigência de pré-requisito (34) — e multiprofissional (28)
Bolsas: R$ 3.330,43
Provas: 22 de janeiro de 2017, no período da tarde (três horas e 30 minutos de duração)
Local: Brasília
 
* Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa