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Concursos: mais de 15 mil vagas serão abertas no país até dezembro

Entre as seleções mais cobiçadas, com lotação prevista para o DF, estão as da Câmara Legislativa e do Tribunal Superior do Trabalho

10/07/2017 08:14 | Atualização: 10/07/2017 12:39

Lorena Pacheco / Camila Bairros*/

Luis Nova/Esp. CB/D.A Press
Giovanna Zucoloto, administradora de empresas: "Eu assisto aula de manhã e gravo sempre as explicações dos professores. Então, ouço tudo depois no carro. Parei até de ouvir música. Quando cozinho, também"

 

Se o primeiro semestre não foi muito animador para quem almeja ingressar no serviço público, os próximos seis meses prometem. Levantamento realizado pelo Correio mostra que, pelo menos, 15.830 vagas serão abertas até dezembro, sendo que 2.907 com lotação no Distrito Federal (veja quadro abaixo). Enquanto de janeiro a junho, a maioria das oportunidades foi para as Forças Armadas ou para participar de censo no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em contratos temporários, as seleções que estão por vir fazem brilhar os olhos dos concurseiros.


Uma boa notícia para a administradora de empresas Giovanna Zucoloto, que, após 15 anos atuando na iniciativa privada, resolveu largar tudo para se tornar uma servidora pública. Desde que decidiu sair do emprego, estuda para concursos. “Eu assisto aula de manhã e gravo sempre as explicações dos professores. Então, ouço tudo depois no carro. Parei até de ouvir música. Quando cozinho, também”. A administradora contou que, no começo da vida de concurseira, era difícil lidar com a ansiedade e o medo dos editais saírem ou não, mas, agora está convicta de que seu esforço vai valer a pena.

Entre os certames que despertam maior interesse estão os da Câmara Legislativa local (CLDF), com 86 vagas para cargos de níveis médio e superior — consultor e procurador — e do  Tribunal Superior do Trabalho (TST), que ainda não divulgou o número de postos, mas vai oferecer chances para técnicos e analistas judiciários. Ambos os órgãos escolheram a mesma empresa para organizar os processos seletivos, a Fundação Carlos Chagas. Mas, o que realmente chama a atenção de quem quer ser servidor são os salários, que chegam a R$ 15.123,30, na CLDF, e a R$ 10.119,93, no TST.

Ainda na capital federal, a seleção da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEDESTMIDH) faz com que os concurseiros do Distrito Federal corram para os cursinhos preparatórios a fim de garantir uma das 314 oportunidades previstas. A comissão organizadora foi montada no mês passado. As chances também serão para níveis médio e superior, para a carreira pública de assistência social. Os salários vão de R$ 2,6 mil a R$ 4.135 e a jornada de trabalho é de 30 horas semanais. Quem tem nível superior poderá concorrer a áreas de pedagogia, assistência social, psicologia, direito, nutrição e educação social. Já as vagas de nível médio serão para agente social e técnico administrativo.

Luis Nova/Esp. CB/D.A Press
Caroline de Albuquerque, estudante: "Fico ansiosa, mas pelo menos estou ganhando conhecimento, que sempre vai ser útil. Aí, quando abrir o concurso, estarei mais preparada e confiante"
Outro concurso que chama a atenção pelo grande número de oportunidades é o da Polícia Militar, também aqui do DF. O concurso deverá preencher 2.024 vagas para soldado, e aceita inscritos com qualquer curso de nível superior. As chances serão distribuídas entre os postos de soldado combatente (500), soldado especialista corneteiro (18) e soldado especialista músico (6). As outras 1,5 mil vagas serão para formação de cadastro reserva. Em junho, o Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades) foi habilitado como a banca organizadora da seleção que promete movimentar Brasília. O último concurso da PM registrou mais de 27 mil inscritos para as mil vagas abertas em 2012.

Além da considerável quantidade de vagas, a remuneração para soldado no DF é uma das melhores do país, com inicial de até R$ 5.486, incluindo benefícios, para soldado de 2ª classe, e de R$ 6.825, para soldado de 1ª classe. Mas, como todo concurso para área militar que se preze, o regulamento terá suas restrições, como limite de idade (entre 18 e 30 anos) e de altura (mínima de 1,65m para homens e de 1,60m, para mulheres).

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De acordo com o professor de informática do IMP Concursos e especialista na área Deodato Neto os estudantes podem, sim, esperar boas seleções até o fim do ano. “Agora, o cenário mudou, e para melhor. Temos vários e bons concursos previstos para este segundo semestre. O mercado está bem aquecido devido a rumores de nomeação, escolha de bancas e formação de comissões organizadoras”, diz. 

Boas oportunidades em todo o país 

Além das boas oportunidades no Distrito Federal, o cenário nacional está aquecido pelos concursos previstos para tribunais regionais. Para o professor de informática do IMP Concursos Deodato Neto, são vagas que oferecem uma ótima carreira para quem deseja ingressar no Judiciário. “A última seleção a sair foi a do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, com remuneração de mais de R$ 10 mil, e já tem comissão formada para vários outros TREs, tribunais de Justiça e do Trabalho. Apenas o panorama federal não está muito atrativo no momento, já que não deve abrir editais significativos até o fim do ano”, acredita.

Para os concurseiros que ainda não começaram os estudos, Deodato considera difícil passarem nos certames já anunciados, como os da Câmara Legislativa (CLDF), da Polícia Militar do DF e do Tribunal Superior do Trabalho. “Tenho alunos que estão estudando há dois, três anos, só para a CLDF. Para começar hoje, é preciso ter pelo menos uma base jurídica, porque a concorrência vai ser grande e o nível dos candidatos, também”, avalia.

Mas difícil não quer dizer impossível. O professor acredita que, como os órgãos mais visados optaram pela Fundação Carlos Chagas (FCC), como organizadora, e não pelo Cebraspe — velha conhecida dos concurseiros como a banca em que uma resposta errada anula uma certa e pelo alto grau de complexidade —, os “aventureiros” podem ter uma chance. “A FCC tem prática de não fazer provas difíceis, principalmente no campo do direito. Mas o que elimina mesmo os concorrentes são as matérias básicas (português, informática e raciocínio lógico). Se o candidato não tiver essa bagagem de disciplinas que caem em todo concurso, não vai dar certo”, afirma.

O recomendado é estudar sem descanso, administrando o tempo entre teoria e resolução de exercícios. Para ser mais eficiente, resolver todas as questões de todos os concursos lançados pela banca escolhida, das provas deste ano e de 2016. Outra dica poderosa, tanto para quem não tem o hábito de estudar para concursos, quanto para quem deseja um resultado mais imediato, é procurar a ajuda de profissionais e professores focados no objetivo. Estudar pela internet, pelos PDFs de concursos e frequentar aulas genéricas de cursinho, podem não preparar o candidato em um prazo de estudos tão curto.



 

Antecipe-se

O professor de matemática e raciocínio lógico do Alub Concursos Marcelo Leite aconselha aos interessados em ingressar no serviço público que comecem a estudar antes mesmo da publicação dos editais. “A incerteza do lançamento do edital é sempre grande, mas essa espera é boa para o aluno, porque ele ganha tempo de estudo, de preparação. O estudante precisa usar essa demora a seu favor”, afirma. Segundo o professor, para os candidatos que fazem cursinho, é importante estudar cerca de três a quatro horas diárias. “A dica é: veja provas anteriores da banca que organiza o concurso, tenha foco e determinação”, ressalta .

Caroline de Albuquerque faz faculdade de ciências contábeis, mas conta que, desde o ano passado, divide o tempo de estudos com os concursos. “Meu pai é militar, sempre me incentivou a fazer concurso para virar servidora pública.” Ela, que faz cursinho preparatório há um ano, conta que é difícil lidar com a ansiedade antes do lançamento do edital. “Fico ansiosa, mas pelo menos estou ganhando conhecimento, que sempre vai ser útil. Aí, quando abrir o concurso, estarei mais preparada e confiante.”

 

 

 

*Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira